Especialista explica como o excesso de telas pode atrapalhar em alguns pontos no desenvolvimento das crianças
Em um mundo onde acontece a todo momento a expansão da tecnologia, as telas digitais tornaram-se mais presentes na vida cotidiana, especialmente entre crianças.
De acordo com um levantamento feito em 2023, pela EletronicsHub, o Brasil é um dos países em que se passa o maior tempo utilizando smartphones, telas e dispositivos eletrônicos. Em média, cada pessoa utiliza a internet por nove horas por dia. O uso das telas digitais pelos pequenos, tem se tornado uma preocupação crescente para pais, educadores e profissionais da saúde, devido ao seu potencial impacto no desenvolvimento cognitivo infantil.
De acordo com a psicóloga clínica e educadora parental, Marta Bonfim, o vício aos aparelhos tecnológicos está ligado a diversos distúrbios e problemas a saúde: “O uso excessivo ou inadequado de dispositivos digitais por crianças e adolescentes está ligado ao aumento dos índices de ansiedade e depressão, distúrbios de atenção, atraso no desenvolvimento cognitivo e da linguagem, miopia, sobrepeso, problemas de sono, riscos de abuso e vitimização sexual, ameaças à privacidade e de uso de dados pessoais, além de risco de vícios em jogos eletrônicos e uso de aplicativos”, ressalta.
Dessa forma, o impacto dessas tecnologias no desenvolvimento cognitivo infantil é um tema que suscita preocupações e debates entre pais, educadores e profissionais da saúde.
Impactos negativos
Dentre vários impactos causados, alguns mais comuns pode interferir em processos cruciais de aprendizagem, atenção e memória das crianças que usam as telas frequentemente: “O tempo excessivo gasto em frente às telas pode dificultar a capacidade das crianças de manter a atenção e concentração em outras atividades, prejudicando seu desempenho escolar e seu desenvolvimento socioemocional, além de atraso no desenvolvimento da linguagem, impacto na criatividade e imaginação, limitando as oportunidades de brincadeiras criativas e exploratórias, essenciais para o desenvolvimento da imaginação e criatividade infantil”, alerta a psicóloga.
Marta Bonfim ressalta a importância de estabelecer limites claros para o uso de telas digitais e promover um equilíbrio saudável entre o tempo de tela e outras atividades, como brincadeiras ao ar livre, leitura e interações familiares. “É fundamental que os pais e cuidadores estejam atentos ao tempo e ao conteúdo consumido pelas crianças em dispositivos eletrônicos, garantindo um ambiente propício para um desenvolvimento cognitivo saudável”, destaca Bonfim.
A psicóloga conclui destacando a importância de uma abordagem equilibrada e consciente em relação ao uso de telas digitais pelas crianças, visando proteger e promover seu desenvolvimento cognitivo e emocional. “Ao adotar uma abordagem consciente e limitar o tempo de tela, podemos ajudar as crianças a desenvolverem habilidades cognitivas essenciais e a explorarem o mundo de forma mais rica e diversificada”, conclui.
Fonte: Marta Bonfim, Psicóloga Clínica, Neuropsicóloga, Educadora Parental, Embaixadora da Proteção à Infância e Juventude Master ESEPAS.